A cidade de grandes pilotos, de corridas históricas, de pistas largas e da paixão por carros e motores maltrata o automobilismo nas mais diversas instâncias de poder.
Há algum tempo que o automobilismo tem sofrido no Distrito Federal. Nosso maior símbolo é o autódromo, fechado desde 2014, promessas de reabertura foram feitas repetidamente, mas até agora não foram cumpridas.
Se você quiser assistir a alguma competição, como Stock Car, Fórmula Porsche, entre outras, precisa se deslocar até Goiânia. É o que tenho feito. Infelizmente, essa é a triste realidade em que vivemos. No entanto, outras categorias ainda persistem na cidade, como o kartismo, por exemplo. Seja amador, aluguel ou profissional, essa é uma das poucas modalidades que ainda sobrevive por aqui, mas, infelizmente, o poder público também parece querer que ela acabe.
No dia cinco de abril, o Ferrari Kart recebeu uma notícia surpreendente, informando que o MPTDF recomendou ao GDF a demolição do kartódromo, alegando falta de licenças de funcionamento, contrato e o não pagamento das taxas. Na última sexta-feira, o DF Legal (antiga AGEFIS) apareceu para cumprir tal recomendação.
A história é familiar: tratores, fiscais, equipes de TV e assim por diante. No entanto, graças a uma liminar judicial, o espaço conseguiu suspender a ação. Na liminar, o juízo entendeu que o espaço havia apresentado toda a documentação necessária para seu funcionamento. O Ferrari Kart está instalado no antigo estacionamento do Cine Drive In desde 1999, quando o autódromo era administrado por Nelson Piquet. É verdade que a situação legal do espaço é frágil, mas demolir sem considerar outras opções é pouco razoável. Seria mais sensato buscar um diálogo.
“Estamos buscando, junto aos órgãos competentes, reuniões com a Terracap e o BRB (atual gestor do autódromo), a fim de compreender essa iniciativa e regularizar qualquer pendência”, disse Yuri Alexander Mendes, proprietário do Ferrari Kart.
Seria mais sensato, então, chegar a um acordo, mesmo que temporário? Enquanto uma nova licitação para o autódromo não é realizada, deixem o kartódromo intacto. O MP recomendou, mas não determinou. Além disso, a agenda do espaço está repleta de eventos ao longo do ano. No entanto, preferem demolir e nos deixar com ainda menos opções: sem autódromo e sem pista de kart. Brasília merece mais que isso!
“O Ferrari Kart é uma referência em Brasília, uma fonte de fomento ao automobilismo. Afinal, o kartódromo do Guará não oferece a modalidade de aluguel (mais acessível). Temos, no centro de Brasília, uma escola de pilotos. Desativar o kartódromo neste momento, dessa forma, é contrário ao bom senso (…), e falo em nome de todos os cidadãos de Brasília que consideram o Ferrari Kart uma opção válida”.